Monday, December 26, 2011

Monday, May 11, 2009

Cristianismo: Uma História de Plágio


Caros leitores, 

A base de toda a crença cristã está na Bíblia, livro adotado pelos cristãos como sendo a Palavra do Deus Vivo. E a existência do próprio deus cristão é comprovada(?) mediante argumentos bíblicos, em especial profecias, analisados em termos de verossimilhança ou probabilidades. Entretanto, a inconsistência das profecias está na arbitrariedade dos argumentos usados para sustentá-las, selecionados de modo a favorecer a posição teísta ou bíblica. E a história do cristianismo e do seu mito Jesus encontra vários paralelos em crenças e mitologias ainda mais antigas.

Os cristãos consideram espantoso e maravilhoso o fato que tantas profecias do Velho Testamento se tivessem cumprido de forma precisa e exata na vida de Jesus, porém não enxergam, não querem enxergar ou simplesmente desconsideram o caráter arbitrário dado a elas. Eles assumem que as profecias foram feitas e cumpridas, mas ao mesmo tempo não tem evidência real para apoiar essas suposições. Quando estes alegados cumprimentos de profecias são estudados nos seus contextos originais, vemos facilmente que a maior parte deles nada tinha que ver com as aplicações que os escritores do Novo Testamento lhes deram de forma arbitrária. Um exemplo excelente é o cumprimento da profecia sobre a matança das crianças inocentes promovidas por Herodes. Mateus 2:16-18 diz o seguinte:

"Então Herodes, vendo-se iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar todos os meninos de Belém, e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira os magos. ENTÃO CUMPRIU-SE O QUE FOI DITO PELO PROFETA JEREMIAS: Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação, Raquel chorando por seus filhos, e recusando ser consolada, porque já não existem"

Para o cristão comum, esta é apenas mais uma das profecias cumpridas a respeito de Jesus. No tempo em que eu era evangélico, não poucas foram as vezes que ouvi a frase "todo o texto usado sem um contexto é um pretexto". E mesmo depois de ter me tornado ateu, muitas vezes esta frase foi a mim dirigida com o intuito de desmentirem meus argumentos anti-bíblicos. Agora é a minha vez de dar o troco. A profecia que Mateus afirma ter se cumprido está em Jeremias 31:15. No entanto, Jeremias 31:15 é uma declaração que no contexto original se referia aos judeus que tinham sido espalhados pelo estrangeiro durante a Diáspora. Jeremias referiu-se figurativamente a isto como Raquel chorando pelos seus filhos, mas no contexto da declaração, há uma promessa no versículo seguinte segundo a qual estes filhos "
regressariam da terra do inimigo" (versículo 16). Portanto, é óbvio que Jeremias não estava de maneira nenhuma a falar de um massacre brutal de crianças judias, pelo que torcer a passagem e dar-lhe a aplicação que Mateus lhe deu só pode ser visto como um ato de desespero da parte de alguém que, não tendo qualquer evidência real do seu lado, tenta provar que este homem Jesus cumpriu as profecias judaicas sobre o vindouro Messias. Quando juntamos a isso a ausência total de referências em histórias seculares contemporâneas à matança dos inocentes por Herodes, temos uma boa razão para acreditar que nunca ocorreu este evento que Mateus alegou ser um cumprimento de profecia.

O cristianismo, além de apoiado em profecias fundamentadas em arbitrariedades, é baseado também em histórias de religiões ANTERIORES ao próprio cristianismo. Entre elas, vale a pena reparar na versão Hindu, pois é espantosamente paralela à história de Mateus. Segundo a literatura Hindu, quando Krishna, a oitava encarnação do deus Vishnu, nasceu da virgem Devaki, ele foi visitado por homens sábios que haviam sido guiados até ele por uma estrela. Anjos também anunciaram o nascimento a pastores nos campos próximos. Quando o Rei Kansa soube do nascimento miraculoso desta criança, enviou homens para "matar todas as crianças nas localidades vizinhas", mas uma "voz celestial" segredou ao pai adotivo de Krishna e avisou-o para que tomasse a criança e fugisse através do rio Jumna.

Um estudo de mitologia pagã estabeleceria paralelos similares nas histórias de Zoroastro (Persa), Tammuz (Babilônica), Perseus e Adonis (Grega), Horus (Egípcia), Rômulo e Remo (Romana), Gautama (o fundador do Budismo), e muitas outras, pois vários elementos do mito da 'criança perigosa' podem ser observados nas histórias de todos estes deuses e profetas pagãos. Todos estes mitos são anteriores, geralmente muitos séculos, ao relato de Mateus sobre o massacre das crianças em Belém. Krishna, por exemplo, era um salvador Hindu que alegadamente viveu no sexto século A.C., portanto quando um estudo da literatura do mundo antigo mostra que um evento incomum como a matança dos inocentes parece ter ocorrido por todo o lado, pessoas razoáveis percebem que esse evento provavelmente não ocorreu em lugar nenhum, ou na melhor das hipóteses ocorreu apenas uma vez e depois foi plagiarizado. Como a história ocorre muitas vezes antes da versão de Mateus, só podemos concluir que tal evento não ocorreu em Belém como Mateus, E SOMENTE MATEUS, alegou.

Muitos outros alegados cumprimentos de profecias na vida de Jesus têm paralelos na mitologia antiga. Os milagres de Jesus haviam sido profetizados em Isaías 53:4-5, a sua crucificação no Salmo 22:16, a sua ressurreição no Salmo 16:10, e a sua ascensão no Salmo 68:18. Contudo, o exame destas passagens no seu contexto revela o mesmo problema citado acima no caso de Jeremias 31:15. As afirmações são notoriamente obscuras e só se tornam profecias através das alegações arbitrárias dos escritores do Novo Testamento, que as retiraram do contexto e as aplicaram a situações que os escritores originais não referiram. Portanto não há maneira de alguém estabelecer que estas "profecias" tenham sido originalmente feitas com a intenção de serem profecias. Tudo o que temos é a palavra não confirmada de escritores do Novo Testamento, dizendo que essas declarações foram feitas com a intenção de serem profecias, e isso não é uma base suficientemente boa sobre a qual se deva construir um argumento.

O Cristianismo não é a única religião que alega que o seu salvador realizou milagres, foi crucificado, foi ressuscitado dos mortos e ascendeu ao céu. Escritos Hindus atribuíram todas estas coisas a Krishna. De fato, as vidas de Jesus e Krishna, conforme relatadas nas respectivas literaturas dos seus seguidores, são tão espantosamente paralelas que pessoas razoáveis só podem concluir que os escritores do Novo Testamento tomaram de empréstimo muitas das suas idéias de uma mitologia do salvador que tinha evoluído muito antes do primeiro século. De fato, salvadores nascidos de virgens, crucificados e ressuscitados eram a coisa mais comum na mitologia pagã, e se isso não destrói os argumentos bíblicos (na medida em que se referem a cumprimento de profecias) nas mentes dos cristãos, então eles estão obviamente determinados a acreditar na extravagância do mito Cristão, independentemente de quão convincente possa ser a evidência em contrário.

Ainda assim, vamos supor que seja possível provar o cumprimento da profecia da matança das crianças inocentes, por exemplo. Deixo bem claro que esta não é a minha tarefa, mas de todos os cristãos que afirmam que o seu mito e as profecias que o sustentam são verdadeiras. Desta maneira, quem quisesse provar que a matança dos inocentes aconteceu e foi realmente profetizada por Jeremias teria de demonstrar ABSOLUTAMENTE, além de qualquer dúvida, que Jeremias pretendia que a declaração fosse uma profecia da matança dos inocentes por Herodes. Particularmente eu duvido que alguém consiga passar desta etapa, mas supondo que alguém consiga, mas vamos supor que alguém conseguira provar que Jeremias pretendia que a declaração fosse uma predição da matança das crianças em algum momento no futuro do profeta, tal pessoa ainda teria que provar DE FORMA ABSOLUTA que o massacre das crianças de Belém por Herodes pode ser estabelecido como fato histórico. A ausência total de qualquer referência a tal evento por qualquer outro escritor do Novo Testamento ou qualquer historiador secular contemporâneo a essa época torna isso uma tarefa impossível para qualquer um. Contudo, se um evento que alegadamente é um cumprimento de profecia não pode ser estabelecido fatualmente, como é que uma pessoa que possua um mínimo de inteligência pode afirmar que foi um cumprimento de profecia?

Se provar que uma profecia a respeito de Jesus realmente aconteceu é algo impossível, o que dizer de uma série delas? Será que alguém é capaz de pegar as supostas profecias sobre o messias cristão e passar pelo mesmo processo? Isto significaria pegar as alegações proféticas sobre o nascimento virginal de Jesus, os milagres, a entrada triunfal, a traição, a crucificação, o tratamento durante a crucificação, a ressurreição, a ascensão e centenas de outros alegados cumprimentos proféticos e provar para cada uma delas que: (1) a intenção da declaração original era mesmo fazer uma profecia de algo que ocorreria na vida do Messias e que (2) o acontecimento profetizado ocorreu mesmo a Jesus. Alguém se habilita?

É possível de alguma forma que alguém estudasse as escrituras do Velho Testamento, interpretasse algumas passagens obscuras como profecias e depois escrevesse uma biografia de um personagem fictício de modo a fazer parecer que todas estas "profecias" tinham sido cumpridas na sua vida? De acordo com forma como a vida e as profecias a respeito de Jesus Cristo nos são apresentadas, é perfeitamente possível sim. 

Portanto, o meu objetivo com este artigo é mostrar que estes alegados cumprimentos de profecias nunca aconteceram, que os escritores dos evangelhos limitaram-se a procurar no Velho Testamento declarações que podiam interpretar como profecias e depois escreveram as biografias do seu Messias de modo a fazer parecer que todas as profecias tinham sido maravilhosamente cumpridas. Mesmo que as ações de "cumprimento de profecias" tenham mesmo ocorrido, podiam ter sido feitas deliberadamente com o objetivo de dar ao pretenso Messias a oportunidade de alegar que ele tinha de fato cumprido as profecias judaicas.

Friday, April 17, 2009

Ahmed & Salim


Ahmed & Salim, dois jovens palestinos, filhos de um “arquiterrorista”, que, em vez de seguirem o caminho do pai, só se interessam por televisão e jogos de computador, eles são personagens principais de um desenho animado de humor negro, que está causando polêmica em Israel e no mundo árabe, pois tratam de maneira irreverente o conflito entre israelenses e palestinos.Os criadores do desenho são, o artista gráfico Tom Trager e o editor de vídeo Or Paz.“Ao contrário do que vocês podem pensar, não temos nada contra árabes, simplesmente não gostamos de gente em geral”, anunciam Trager e Paz em seu site.“Em caso de perguntas, ameaças de morte ou comentários, entrem em contato conosco”, convidam os autores.“Trata-se de uma série de situações cômicas sobre terroristas”, dizem os criadores do desenho. “Todas as semanas criamos um episódio, com o objetivo de divertir e ofender a todos.”Os artistas ficaram surpresos principalmente com as reações no mundo árabe.“O desenho despertou um grande interesse no mundo árabe”, dizem. “Recebemos muitas mensagens de pessoas que gostaram e vários artigos foram publicados analisando nosso trabalho e afirmando que não somos racistas.”O vídeo a seguir é o primeiro episódio de seis que foram divulgados no YouTube, cada um tem cerca de quatro minutos. A audiência já passou de 500 mil.
Trager e Paz querem criar um seriado para televisão, mas até agora nenhum canal demonstrou ter interesse.

http://www.youtube.com/watch?v=rXMIQDVOs98

Thursday, April 16, 2009

Codex Gigas, a Bíblia do Diabo e Hellraiser (Malditos II RELOADED)

Diz a lenda que no começo do século 13, um monge fora castigado e confinado em uma torre pra escrever um livro sobre o Velho Testamento e que ele terminou ilustrou e escreveu inteirinho em uma noite com a ajuda do diabo.

Codex Gigas, que em latim significa “Livro Gigante”, pois mede 89,5cmx49cm e pesa 75 quilos) também é chamado de “A Bíblia do Diabo” por causa da lenda acima e por causa dessa ilustração que o monge enfastigado fez em uma de suas páginas:

200px Codex Gigas devil - 200px Codex Gigas devil

Hoje o livro se encontra na Suécia.
Não é um livro maligno nem é sobre magia negra, talvez o monge tenha desenhado o diabo porque teve um dia ruim ou acordou com o ovo esquerdo, fora isso ele é só um manuscrito enorme sobre o Velho Testamento. Mas sempre paira um ar misterioso e hermético nesses livros feitos na idade média, quem leu ‘O Nome da Rosa” de Umberto Eco sabe que clima é esse.

Codex Gigas - Codex Gigas

Nessa época, os ilustradores desses livros eram os próprios abades, que escreviam letra por letra, criavam as iluminuras e diagramavam o livro. Era trabalho pracaray, e o pagamento era uma benção divina. Se a vida de ilustrador hoje é difícil, antigamente era mil vezes pior, tendo Deus como diretor de arte e o abade superior como art buyer.
Aí Gutemberg chegou com a prensa, e todo mundo nas torres monásticas perdeu o emprego. Todos voltaram para os prazeres terrenos menos enclausurados, como orar o dia inteiro e plantar alface.
173px Sapientia - 173px Sapientia

Falando em monges, mistérios e artes negras, quem curtiu o podreira Hellraiser vai lembrar do “Pinhead” e outros tipos bizarros. O livro de Clive Barker é bem mais claustrofóbico (aliás, quase todos são), mas o filme acerta no visual do pessoal gótico do fundão. O primeiro e o segundo são show de bola, os outros é material pro gato jogar terra em cima.

No filme eles são uma raça chamada “Cenobitas” e vivem num inferno muito fashion.

hellraiser - hellraiser

Na vida real, cenobitas são um gênero de monges que vivem isolados em comunidades, seguindo regras rígidas ditadas por um abade.

As outros gêneros são os Eremitas, que vivem isolados e sozinhos (daí que veio o nome que a gente dá praquele tio que não sai de casa nem pra festa de Natal); os monges Giróvagos, que são os ciganos da fé, pulam de mosteiro em mosteiro e os Sarabaítas, que o pessoal não vê com bons olhos e não são convidados pro amigo secreto, pois não possuem regras, nem abades e dizem que mentem pra Ele. Até entre eles existem os anarquistas, graças a Deus.

Até um tempo atrás eu acreditava na história de que diziam que cenobitas eram monges que viviam isolados e se auto-mutilavam, buscando purificação através da dor. Isso tá mais pro Sarabaítas. Mas é um nome que não impõe respeito prum diabo (nós somos Sarabaítas, viemos te buscar) , então jogaram a culpa no que tem o nome mais mofento.

Agora se você sonha em um dia entrar pra essa turma emo da pesada e sua vida é uma merda, aí vai um cubo da “Configuração dos Lamentos” pra você montar e ficar passando a mão o dia inteiro, na esperança disso abrir e sua vida ganhar uma nova perspectiva:

Cubo - Cubo

Malditos I


Malditos I

Ads by Google
Acordo de Livro no Google
Autores e editoras de livros descobrem os seus direitos
www.googlebooksettlement.com



Este texto era um dos e-mails nunca enviados, mensagens que eu começava a escrever, virava um mar de palavras agonizantes, gravava na pasta ‘Rascunhos’, lia e relia, e de cada releitura, desgostava ainda mais do que escrevia. É horrível começar escrever pensando ter uma boa idéia e no fim de 20 ou 30 parágrafos a idéia parecer tão estúpida e ridícula que você se sente envergonhado. Deixemos a vergonha de lado…

“05/09/2006 

Bem, as pessoas perguntam sobre o livro “O Código da Vinci” levanta, tantas perguntas, que resolvi até mesmo começar a ler o livro, apesar de este tipo de ficção não ser propriamente meu gosto.

O autor e a editora afirmam ser uma obra ficcional. Foi o único ponto positivo durante a minha leitura: considero uma péssima tradução (muitos erros de gramática, admissível num e-mail como este mas não num best-seller/blockbuster); uma história escrita às pressas como se o autor quisesse cumprir um prazo pra editora e não pra entreter o seu leitor; assunto polêmico com roteirização hollywoodiana.

Mas não vou falar mais deste assunto, eu vou falar de modismo. Hoje consumimos coisas não porque precisamos mas por que a maioria das pessoas que conhecemos também a consomem. Isto é visível com o nosso gosto por se vestir ou pelo corte de cabelo. Talvez porque o ser humano adora se vangloriar do que consumiu a mais do que os outros. Se alguém chega e diz que jantou mignon nada mais gratificante em replicar que você comeu vitela. Esta sensação de inveja e disputa por quem comeu melhor, cria a moda de ‘comer mignon’ e a moda de ‘comer vitela’. Para a moda sobreviver, dependerá de natureza restritiva  (ou não) para a maioria das pessoas. Por um breve período, é claro, visto que o ser humano (aquele que não possui acesso direto a moda) dá um jeito de compensá-la, isto é, se não consigo pagar R$ 250,00 numa calça jeans marca Levis eu posso muito bem pagar R$ 25,00 numa cópia exata num camelô da esquina.

É claro que isto também se reflete num mundo em que a maioria das pessoas começam a ter acesso educação e, como tudo que nos rodeia, a educação têm que ser moneitarizada. Um curso de segundo grau está mais próximo do analfabetismo hoje do que estava para o empreendorimso há 40 anos atrás. Isto têm grave reflexo no comportamento social das pessoas, visto que as pessoas com este desenvolvimento educacional aspiram novos níveis de consumo econômicos, como uma casa melhor, eletrodomésticos novos, carro mais novo, etc.

Nesta trilha, as pessoas começam a perceber que muitas outras pessoas têm acesso a mesma educação e aspiram os mesmos objetivos econômicos. Constatar isso, é como se sentir como ‘mais um’ numa imensa massa de pessoas. Ninguém quer isso; o que queremos é nos destacar. Então, começamos a criar outros meios (modas) em que a sensação de destaque seja mais exclusiva, individualmente.

Esta necessidade de sair da massa disforme de pessoas comuns e ser alguém de destaque, é a força motriz da moda, é o que alimenta o modismo e o diversifica a ponto de você comprar uma calça hoje por estar numa revista de moda e no mês seguinte a mesma revista afirmar que a nova tendência/moda é uma calça muito diferente. É desta maneira em que todo carnaval é lançado um ‘novo’ ritmo musical. É por este motivo que alguns homens deixam os cabelos longos apesar de que a moda padrão ser cortes de cabelo curto. 

Extrapolando o raciocínio, desconsiderando estratificações socieconômicas, é possível assumir que uma imensa faixa da população tende a possuir bens consumíveis de maneira bastante acessíveis e que introduzimos um novo tipo de moda: da cultura. Vê-se filmes, lê-se livros, ouve-se música, como se consome um cachorro quente na esquina. A meta principal, o importante é consumir, é mantida e agrega aos seus consumidores um acréscimo social, pois eles são vistos como eruditos, refinados, elegantes, entre outros elogios.

É daí que vêm o sucesso do livro de Dan Brown. Um bom marketing, uma colcha de retalho bem costurada na forma de um romance ficcional, temas polêmicos onde a maioria das pessoas possuem lacunas de conhecimento ou são totalmente ignorantes neles, resultando num best-seller (blockbuster nos cinemas).

Apostaria um picolé de framboesa com qualquer um que ninguém jamais pensou em pegar um livro religioso ou de História e confrontar os acontecimentos do livro. Isto não vai acontecer, pois as pessoas não irão à Biblioteca e vasculhar livros velhos. Isto não será mais necessário, porque você pode os livros que desmentem os livros de Dan Brown. Maravilha, não? Você compra um livro que conta uma história. Aí, depois, você compra outro livro que aponta falhas no livro anterior. Depois, você compra um terceiro livro que desmente os dois anteriores. E assim vai, você livros e livros, sobre o mesmo assunto e ninguém, e tampouco você, têm certeza de qual deve ser a versão mais ‘correta’, mais próxima de fatos históricos.

Conheço várias pessoas que leram o livro de Brown e, de minha compreensão delas, sei que se não fosse pelo marketing boca-a-boca e pela polêmica da Igreja Católica Apostólica Romana, jamais pegariam o livro para ler. Elas, infelizmente, leram por simples modismo. Dentre eles, os católicos, não gostaram da história, já que a direção da Capela Sistina é pintada como um grupo maniqueísta. Os gnósticos não gostaram porque as ‘ordens secretas’ são expostas no livros. A Opus Dei não gostou porque é retratada como uma seita fanática de assassinos, e assim por diante.

Vamos aos fatos então, e infelizmente, estes fatos têm muito e ao mesmo tempo pouco a ver com o livro de Brown:

1) Na História da Arte, é comum identificar os autores das obras por suas técnicas características entre elas, sentido e força da pincelada, composição química da tinta (antigamente os pintores fabricavam suas tintas, reforçando a exclusividade artística). Da Vinci, que era um polímata, versando da Astronomia, Matemática, Engenharia até as artes plásticas, escreveu manuscritos à mão. São chamados Codex, os livros escritos a mão, derivando daí seu nome, Código/Codex Da Vinci. Vêm da palavra Codex a origem de palavras como código, codificar (criptografar), etc.

O Codex Da Vinci foi escrito da direita pra esquerda e ao contrário, além outros truques, para evitar que qualquer pessoa pudesse roubar suas idéias. Os livros canônicos bíblicos, possuem sua origem em Codex, por exemplo:

Codex Sinaiticus (descoberto em 1859, em grego, século IV): novo testamento inteiro

Codex Vaticanus (em grego, século IV): Gênesis, Crônicas, Esdras, Salmos, Provérbios, …

Codex Alexandrinus (em grego, século V): Septuginta e novo testamento…

O diabo também possui referências em Codex:

Codex Gigas (em latim, século XIII): além de livros bíblicos e outras referências, possui uma das primeiras ilustrações do coxo-manco. No mínimo hilário, aparece o chifrudo com cuecas tipo samba-canção e com as mãos pra cima, parece que está dançando no carnaval da Bahia.

Há ainda outros códigos não-ocidentais como os mesoamericanos (Boturini Codex, Codex Cozcatzin, Codex Borgia, etc) mas não vamos nos estender nisso.

Da Vinci, fazendo jus a uma precaução paranóica, preencheu não só o seus manuscritos de códigos mas suas obras artísticas. Seus quadros, antes de arte, são permeados de referências matemáticas, muitas delas com o intuito de criar a ilusão de tridimensão. Estas técnicas representaram na época um enorme avanço na pintura renascentista e deriva de Da Vinci os exemplos mais conhecidos. Estas referências, é papel importante para a pintura visto que numa única obra o autor renascentista tinha que passar várias mensagens além de traços coloridos em cima de um pedaço de pano ou de madeira. Verifiquem este quadro do pintor Pieter Bruegel para entender o que estou querendo dizer:

Provérbios Holandeses - Pieter Bruegel, o velho

http://sunsite.nus.edu.sg/wm/paint/auth/bruegel/proverbs.jpg

{o número de provérbios deste quadro permanece incerto. Alguns deles são válidos para a cultura brasileira. ]

Logo, a prática de esconder informações em vários níveis em obras intelectuais era e ainda é uma prática comum. Da Vinci não foi o único.

2) Existem livros proibidos para os católicos, e por proibidos entende-se que estes livros não devem ser lidos e tampouco comprados. Copérnico, Galileu, Darwin já estiveram nesta situação perante a igreja católica. Contudo penso que os livros mais interessantes são os chamados evangelhos apócrifos, livros de autoria discutível e/ou desconhecida. E boa parte deles são assim classificados por causa de Jesus, não o da Bíblia, mas o Histórico. Jesus Histórico é e sempre será objeto de discussão visto que os documentos que falam dele são todos religiosos. Não há nenhum outra fonte senão autores religiosos. A única citação religiosa não-cristã, do historiador judeu Flavio Josefo, é questionada visto a suspeita de adulteração precisamente na passagem que falas dos cristãos primevos. Os romanos e sua mania de relatar por escrito os fatos sociais e econômicos mais relevantes não deixaram nenhum registro sobre o Jesus Histórico.Os evangelhos apócrifos são, no mínimo, curiosos:

- Evangelho de Maria Madalena (você acham que o Brown teve trabalho em criar a história? Heheheh…)

- Evangelho da Infância de Jesus

- Evangelho da morte e assunção de Maria

- Evangelho da Descida de Cristo aos infernos

- Evangelho de Enoque

- Evangelho da Vida de Adão e Eva

- Evangelho de Judas

A negação da veracidade dos apócrifos, a confusão dos textos bíblicos canônicos (oficiais), o vácuo de historicidade cristã, abriu espaço para que diversas teorias aparecessem para preencher as lacunas. Muitas delas são simples teorias da conspiração que só sobrevivem graças a credulidade das pessoas.Até que os concílios o que era o cristianismo, sua liturgia e sua estrutura, e que os primeiros filósofos explicassem de maneira satisfatória as incoerências internas de sua crença, passaram-se diversos séculos permitindo reinterpretações dos ensinamentos de Jesus Cristo, sua história e práticas não muito ortodoxas. Um exemplo disso são os Cátaros que viveram no norte da Europa durante o século XIII e que por pensarem um pouquinho diferente do que pregava o pessoal Vaticano tiveram a honra de ter uma Cruzada exclusiva, só que contra eles. Foram aniquilados.  

Neste ambiente de intolerância cristã, desejos políticos do Vaticano, heresias, cresceu ainda mais as oportunidades para que novas interpretações ocorressem apesar da repressão da Inquisição. Data desta época, as primeiras referências lendárias da ordem dos Templários, a origem dos rosacrucianos, Santo Graal, entre outras. Os Illuminati, os gnósticos, sábios de Sião, são criações posteriores mas que possuem a mesma origem conspiratória paranóica.

Aí caímos na linhagem Merovíngia e sua descendência de Jesus Cristo. Jesus Cristo fugiu com Madalena, ou pelo menos seus filhos, para uma região ao norte do que é hoje a França. Daí é um sarapatel de miúdos de bode de dar de cabeça e de estômago, visto que os Templários afirmam descender dos Merovíngios, os Maçons afirmam descender dos Templários e dos Merovíngios, e dizem as más línguas até o George W. Bush é um membro direto da linhagem Merovíngia.

Existe uma coisa que é textos familiares afirmando sua genealogia. Outra coisa é confrontar esta genealogia. Dada a precariedade em opções de contestar estas genealogias, alguns afirmam ser de uma linha anterior a Cristo e supõem-se, mais pura, como é o caso de alguns textos Merovíngios afirmarem serem descendentes diretos de Noé. Quem está falando a verdade? Um picolé de pistache pra quem souber a resposta.

Saibam, que vendo as passagens dos evangelhos quando Jesus é preso, numa versão os fariseus aparecem e noutra são os romanos (quem prendeu Jesus, afinal?), lendo os apócrifos ou lendo as versões gnósticas (templários, maçons, etc), é bem capaz que você fique confuso. Se ficar, isto é sinal de sanidade mas não de conforto espiritual. A maioria dos textos canônicos, apócrifos e/ou gnósticos, datam do século III em diante, e são em grande parte traduções de traduções (traduttori, tradittori). É assunto de grande complexidade avaliá-los sobre uma ótica imparcial. Afirmar que Galileu não foi o primeiro a inventar o telescópio é uma coisa; outra coisa bem diferente é levantar fatos históricos sobre assuntos religiosos. Talvez as pessoas não tenham tanto interesse em história, afinal, pois ela pode nos dar lições doloridas.

Um exemplo desta História dolorida, principalmente para os leitores cristãos de Dan Brown, é a prelazia (a única na igreja católica com este status) Opus Dei tão discutida ultimamente. Seus métodos de controle de seus membros e suas práticas são no mínimo discutíveis e pende sobre ela uma lista enorme de mortes e violações de direitos humanos dentro das paredes da organização. Aparentemente, houve uma distinção do falecido papa João Paulo II em canonizar o seu amigo pessoal Josemaria Escrivá, fundador da Opus Dei, num dos processos de canonização mais rápidos que o Vaticano viu. É claro que não podemos esquecer que muitas pessoas que adentraram na organização realmente querem fazer trabalhos de caridade.

Então fica a pergunta para os católicos: até onde eles estão a fim de ir na história de sua religião?”

Wednesday, March 04, 2009

OBLIVION - para Juliana

Quem sou eu?


Gosto de todas as cores, sobretudo de tons de azul e verde. Nada de marrom e azul-marinho. Da sensação de liberdade. Um chopp gelado falando amenidades. Odeio fofoca e maledicência. Pizza de qualquer tipo, contanto que seja pizza! Gosto da solidão, de estar sozinho comigo mesmo. Leituras para reflexão pela manhã. Caminhadas breves para organizar as idéias. Andar sozinho nos finais de semana, com as ruas livres. Um vinho branco gelado, acompanhando um bom tema polêmico. Rosas vermelhas e lírios brancos. Dar tempo às pessoas para que revelem seu melhor lado Um bom churrasco bem passado. Da natureza gosto do barulho do mar e do vento em meus cabelos, da floresta, dos lagos e cachoeiras. Chuva leve para embalar o sono. Tigre, o animal mais belo. Rato e morcego, os mais temidos. Ambientes rurais aprecio o movimento e calma antítese... Andar a cavalo só uma vez -- ele queria andar sozinho, gosto de ler poesias à noite, para dormir com a alma leve. Sem fanatismos com doces, controlo a ansiedade meditando. Extremamente pontual para não desperdiçar o tempo alheio. Não tenho medo da vida nem da morte. Hábito de tecer teorias simplistas, mas eficientes. Perfumes franceses, sabonetes naturais, cremes para o corpo. Não tolero gente pretensiosa. Sou anti-ortodoxo, todas as religiões tem a sua verdade apesar de ser judeu de nascimento. Passo por cima das convenções que consigo. Adoro comprar CDs. Banhos demorados. Durmo pouco. Escutar o som sensual de uma flauta ou de um violino tocando czardas. Fazer palavras cruzadas. Colaborar com o próximo. Manter o bom humor em qualquer situação. Adoro lasanha, peixe e camarão! Gosto de brigar pelos meus direitos. Lutar sempre pelo meu espaço. Falar olhando nos olhos diretamente. TV só para filmes legendados e documentários. Detesto gente grosseira. Dizer o que eu penso sempre. Sinceridade. Rir de uma piada inteligente. Chocar as pessoas muito conservadoras com frases tendenciosas. Roupas clássicas. Raciocínio rápido. Teimoso, persistente. Adiar as coisas que tenho que fazer. Sexo!... Adoro fazer amor! Ler e reler os filósofos. Adoro Nietzsche. Fazer carinhosas chantagens. Brincar de seduzir. Na cama sou bem safado, e gosto de mulher safada, as santinhas não me atraem... Escrever o que penso e sinto. Deixar que me conhecesse um pouco... Em suma Esse é um pouco de James.

Monday, January 12, 2009

A mulher deve ser lentamente decifrada, como o enigma que é: encanto a encanto.






Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."

Anais Nin
Domingão em Casa!
Chat da UOL : por volta das 18:00

De repente, a surpreendo , Daniela é seu nome , com seu rosto denso esculpido como o de uma atriz grega, tem qualquer coisa de Melina Mercouri ou de Anouke Aimé. Conversas vão, e afinidades ficam, gostos, preferências, olhares na mesma direção.Há uma serenidade nos seus gestos, longe dos desperdícios da adolescência, quando se esbanjam pernas, braços e bocas ruidosamente. A adolescente não sabe ainda os limites de seu corpo e vai florescendo estabanada. É como um nadador principiante, faz muito barulho, joga muita água para os lados. Enfim, desborda.A Daniela  nada no tempo e flui com a serenidade de um peixe. O silêncio em torno de seus gestos tem algo do repouso da garça sobre o lago. Seu olhar sobre os objetos não é de gula ou de concupiscência. Seus olhos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.A Daniela foi assim: tem algo de orquídea que brota exclusiva de um tronco, inteira. Não é um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhãs.As vezes  com o brilho de seus cabelos, com essa irradiação que vem dos dentes e dos olhos, me extasiou. Ela tem um som de adágio em suas formas. E imagino que até no gozo ela soe com a profundidade de um violoncelo e a sutileza de um oboé sobre a campina do leito.A boca da mulher madura tem uma indizível sabedoria. Ela chorou na madrugada e abriu-se em opaco espanto. Ela conheceu a traição e ela mesma saiu sozinha para se deixar invadir pela dimensão de outros corpos. Por isto as suas mãos são líricas no drama e repõem no seu corpo um aprendizado da macia paina de setembro e abril.Daniela era  um ser luminoso ( devido creio eu tambem a regulagem de sua camera, ela parecia envolta de uma aurea) . Ali está uma mulher madura, mais que nunca pronta para quem a souber amar.


Que o Universo conspire...