Friday, April 17, 2009

Ahmed & Salim


Ahmed & Salim, dois jovens palestinos, filhos de um “arquiterrorista”, que, em vez de seguirem o caminho do pai, só se interessam por televisão e jogos de computador, eles são personagens principais de um desenho animado de humor negro, que está causando polêmica em Israel e no mundo árabe, pois tratam de maneira irreverente o conflito entre israelenses e palestinos.Os criadores do desenho são, o artista gráfico Tom Trager e o editor de vídeo Or Paz.“Ao contrário do que vocês podem pensar, não temos nada contra árabes, simplesmente não gostamos de gente em geral”, anunciam Trager e Paz em seu site.“Em caso de perguntas, ameaças de morte ou comentários, entrem em contato conosco”, convidam os autores.“Trata-se de uma série de situações cômicas sobre terroristas”, dizem os criadores do desenho. “Todas as semanas criamos um episódio, com o objetivo de divertir e ofender a todos.”Os artistas ficaram surpresos principalmente com as reações no mundo árabe.“O desenho despertou um grande interesse no mundo árabe”, dizem. “Recebemos muitas mensagens de pessoas que gostaram e vários artigos foram publicados analisando nosso trabalho e afirmando que não somos racistas.”O vídeo a seguir é o primeiro episódio de seis que foram divulgados no YouTube, cada um tem cerca de quatro minutos. A audiência já passou de 500 mil.
Trager e Paz querem criar um seriado para televisão, mas até agora nenhum canal demonstrou ter interesse.

http://www.youtube.com/watch?v=rXMIQDVOs98

Thursday, April 16, 2009

Codex Gigas, a Bíblia do Diabo e Hellraiser (Malditos II RELOADED)

Diz a lenda que no começo do século 13, um monge fora castigado e confinado em uma torre pra escrever um livro sobre o Velho Testamento e que ele terminou ilustrou e escreveu inteirinho em uma noite com a ajuda do diabo.

Codex Gigas, que em latim significa “Livro Gigante”, pois mede 89,5cmx49cm e pesa 75 quilos) também é chamado de “A Bíblia do Diabo” por causa da lenda acima e por causa dessa ilustração que o monge enfastigado fez em uma de suas páginas:

200px Codex Gigas devil - 200px Codex Gigas devil

Hoje o livro se encontra na Suécia.
Não é um livro maligno nem é sobre magia negra, talvez o monge tenha desenhado o diabo porque teve um dia ruim ou acordou com o ovo esquerdo, fora isso ele é só um manuscrito enorme sobre o Velho Testamento. Mas sempre paira um ar misterioso e hermético nesses livros feitos na idade média, quem leu ‘O Nome da Rosa” de Umberto Eco sabe que clima é esse.

Codex Gigas - Codex Gigas

Nessa época, os ilustradores desses livros eram os próprios abades, que escreviam letra por letra, criavam as iluminuras e diagramavam o livro. Era trabalho pracaray, e o pagamento era uma benção divina. Se a vida de ilustrador hoje é difícil, antigamente era mil vezes pior, tendo Deus como diretor de arte e o abade superior como art buyer.
Aí Gutemberg chegou com a prensa, e todo mundo nas torres monásticas perdeu o emprego. Todos voltaram para os prazeres terrenos menos enclausurados, como orar o dia inteiro e plantar alface.
173px Sapientia - 173px Sapientia

Falando em monges, mistérios e artes negras, quem curtiu o podreira Hellraiser vai lembrar do “Pinhead” e outros tipos bizarros. O livro de Clive Barker é bem mais claustrofóbico (aliás, quase todos são), mas o filme acerta no visual do pessoal gótico do fundão. O primeiro e o segundo são show de bola, os outros é material pro gato jogar terra em cima.

No filme eles são uma raça chamada “Cenobitas” e vivem num inferno muito fashion.

hellraiser - hellraiser

Na vida real, cenobitas são um gênero de monges que vivem isolados em comunidades, seguindo regras rígidas ditadas por um abade.

As outros gêneros são os Eremitas, que vivem isolados e sozinhos (daí que veio o nome que a gente dá praquele tio que não sai de casa nem pra festa de Natal); os monges Giróvagos, que são os ciganos da fé, pulam de mosteiro em mosteiro e os Sarabaítas, que o pessoal não vê com bons olhos e não são convidados pro amigo secreto, pois não possuem regras, nem abades e dizem que mentem pra Ele. Até entre eles existem os anarquistas, graças a Deus.

Até um tempo atrás eu acreditava na história de que diziam que cenobitas eram monges que viviam isolados e se auto-mutilavam, buscando purificação através da dor. Isso tá mais pro Sarabaítas. Mas é um nome que não impõe respeito prum diabo (nós somos Sarabaítas, viemos te buscar) , então jogaram a culpa no que tem o nome mais mofento.

Agora se você sonha em um dia entrar pra essa turma emo da pesada e sua vida é uma merda, aí vai um cubo da “Configuração dos Lamentos” pra você montar e ficar passando a mão o dia inteiro, na esperança disso abrir e sua vida ganhar uma nova perspectiva:

Cubo - Cubo

Malditos I


Malditos I

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Acordo de Livro no Google
Autores e editoras de livros descobrem os seus direitos
www.googlebooksettlement.com



Este texto era um dos e-mails nunca enviados, mensagens que eu começava a escrever, virava um mar de palavras agonizantes, gravava na pasta ‘Rascunhos’, lia e relia, e de cada releitura, desgostava ainda mais do que escrevia. É horrível começar escrever pensando ter uma boa idéia e no fim de 20 ou 30 parágrafos a idéia parecer tão estúpida e ridícula que você se sente envergonhado. Deixemos a vergonha de lado…

“05/09/2006 

Bem, as pessoas perguntam sobre o livro “O Código da Vinci” levanta, tantas perguntas, que resolvi até mesmo começar a ler o livro, apesar de este tipo de ficção não ser propriamente meu gosto.

O autor e a editora afirmam ser uma obra ficcional. Foi o único ponto positivo durante a minha leitura: considero uma péssima tradução (muitos erros de gramática, admissível num e-mail como este mas não num best-seller/blockbuster); uma história escrita às pressas como se o autor quisesse cumprir um prazo pra editora e não pra entreter o seu leitor; assunto polêmico com roteirização hollywoodiana.

Mas não vou falar mais deste assunto, eu vou falar de modismo. Hoje consumimos coisas não porque precisamos mas por que a maioria das pessoas que conhecemos também a consomem. Isto é visível com o nosso gosto por se vestir ou pelo corte de cabelo. Talvez porque o ser humano adora se vangloriar do que consumiu a mais do que os outros. Se alguém chega e diz que jantou mignon nada mais gratificante em replicar que você comeu vitela. Esta sensação de inveja e disputa por quem comeu melhor, cria a moda de ‘comer mignon’ e a moda de ‘comer vitela’. Para a moda sobreviver, dependerá de natureza restritiva  (ou não) para a maioria das pessoas. Por um breve período, é claro, visto que o ser humano (aquele que não possui acesso direto a moda) dá um jeito de compensá-la, isto é, se não consigo pagar R$ 250,00 numa calça jeans marca Levis eu posso muito bem pagar R$ 25,00 numa cópia exata num camelô da esquina.

É claro que isto também se reflete num mundo em que a maioria das pessoas começam a ter acesso educação e, como tudo que nos rodeia, a educação têm que ser moneitarizada. Um curso de segundo grau está mais próximo do analfabetismo hoje do que estava para o empreendorimso há 40 anos atrás. Isto têm grave reflexo no comportamento social das pessoas, visto que as pessoas com este desenvolvimento educacional aspiram novos níveis de consumo econômicos, como uma casa melhor, eletrodomésticos novos, carro mais novo, etc.

Nesta trilha, as pessoas começam a perceber que muitas outras pessoas têm acesso a mesma educação e aspiram os mesmos objetivos econômicos. Constatar isso, é como se sentir como ‘mais um’ numa imensa massa de pessoas. Ninguém quer isso; o que queremos é nos destacar. Então, começamos a criar outros meios (modas) em que a sensação de destaque seja mais exclusiva, individualmente.

Esta necessidade de sair da massa disforme de pessoas comuns e ser alguém de destaque, é a força motriz da moda, é o que alimenta o modismo e o diversifica a ponto de você comprar uma calça hoje por estar numa revista de moda e no mês seguinte a mesma revista afirmar que a nova tendência/moda é uma calça muito diferente. É desta maneira em que todo carnaval é lançado um ‘novo’ ritmo musical. É por este motivo que alguns homens deixam os cabelos longos apesar de que a moda padrão ser cortes de cabelo curto. 

Extrapolando o raciocínio, desconsiderando estratificações socieconômicas, é possível assumir que uma imensa faixa da população tende a possuir bens consumíveis de maneira bastante acessíveis e que introduzimos um novo tipo de moda: da cultura. Vê-se filmes, lê-se livros, ouve-se música, como se consome um cachorro quente na esquina. A meta principal, o importante é consumir, é mantida e agrega aos seus consumidores um acréscimo social, pois eles são vistos como eruditos, refinados, elegantes, entre outros elogios.

É daí que vêm o sucesso do livro de Dan Brown. Um bom marketing, uma colcha de retalho bem costurada na forma de um romance ficcional, temas polêmicos onde a maioria das pessoas possuem lacunas de conhecimento ou são totalmente ignorantes neles, resultando num best-seller (blockbuster nos cinemas).

Apostaria um picolé de framboesa com qualquer um que ninguém jamais pensou em pegar um livro religioso ou de História e confrontar os acontecimentos do livro. Isto não vai acontecer, pois as pessoas não irão à Biblioteca e vasculhar livros velhos. Isto não será mais necessário, porque você pode os livros que desmentem os livros de Dan Brown. Maravilha, não? Você compra um livro que conta uma história. Aí, depois, você compra outro livro que aponta falhas no livro anterior. Depois, você compra um terceiro livro que desmente os dois anteriores. E assim vai, você livros e livros, sobre o mesmo assunto e ninguém, e tampouco você, têm certeza de qual deve ser a versão mais ‘correta’, mais próxima de fatos históricos.

Conheço várias pessoas que leram o livro de Brown e, de minha compreensão delas, sei que se não fosse pelo marketing boca-a-boca e pela polêmica da Igreja Católica Apostólica Romana, jamais pegariam o livro para ler. Elas, infelizmente, leram por simples modismo. Dentre eles, os católicos, não gostaram da história, já que a direção da Capela Sistina é pintada como um grupo maniqueísta. Os gnósticos não gostaram porque as ‘ordens secretas’ são expostas no livros. A Opus Dei não gostou porque é retratada como uma seita fanática de assassinos, e assim por diante.

Vamos aos fatos então, e infelizmente, estes fatos têm muito e ao mesmo tempo pouco a ver com o livro de Brown:

1) Na História da Arte, é comum identificar os autores das obras por suas técnicas características entre elas, sentido e força da pincelada, composição química da tinta (antigamente os pintores fabricavam suas tintas, reforçando a exclusividade artística). Da Vinci, que era um polímata, versando da Astronomia, Matemática, Engenharia até as artes plásticas, escreveu manuscritos à mão. São chamados Codex, os livros escritos a mão, derivando daí seu nome, Código/Codex Da Vinci. Vêm da palavra Codex a origem de palavras como código, codificar (criptografar), etc.

O Codex Da Vinci foi escrito da direita pra esquerda e ao contrário, além outros truques, para evitar que qualquer pessoa pudesse roubar suas idéias. Os livros canônicos bíblicos, possuem sua origem em Codex, por exemplo:

Codex Sinaiticus (descoberto em 1859, em grego, século IV): novo testamento inteiro

Codex Vaticanus (em grego, século IV): Gênesis, Crônicas, Esdras, Salmos, Provérbios, …

Codex Alexandrinus (em grego, século V): Septuginta e novo testamento…

O diabo também possui referências em Codex:

Codex Gigas (em latim, século XIII): além de livros bíblicos e outras referências, possui uma das primeiras ilustrações do coxo-manco. No mínimo hilário, aparece o chifrudo com cuecas tipo samba-canção e com as mãos pra cima, parece que está dançando no carnaval da Bahia.

Há ainda outros códigos não-ocidentais como os mesoamericanos (Boturini Codex, Codex Cozcatzin, Codex Borgia, etc) mas não vamos nos estender nisso.

Da Vinci, fazendo jus a uma precaução paranóica, preencheu não só o seus manuscritos de códigos mas suas obras artísticas. Seus quadros, antes de arte, são permeados de referências matemáticas, muitas delas com o intuito de criar a ilusão de tridimensão. Estas técnicas representaram na época um enorme avanço na pintura renascentista e deriva de Da Vinci os exemplos mais conhecidos. Estas referências, é papel importante para a pintura visto que numa única obra o autor renascentista tinha que passar várias mensagens além de traços coloridos em cima de um pedaço de pano ou de madeira. Verifiquem este quadro do pintor Pieter Bruegel para entender o que estou querendo dizer:

Provérbios Holandeses - Pieter Bruegel, o velho

http://sunsite.nus.edu.sg/wm/paint/auth/bruegel/proverbs.jpg

{o número de provérbios deste quadro permanece incerto. Alguns deles são válidos para a cultura brasileira. ]

Logo, a prática de esconder informações em vários níveis em obras intelectuais era e ainda é uma prática comum. Da Vinci não foi o único.

2) Existem livros proibidos para os católicos, e por proibidos entende-se que estes livros não devem ser lidos e tampouco comprados. Copérnico, Galileu, Darwin já estiveram nesta situação perante a igreja católica. Contudo penso que os livros mais interessantes são os chamados evangelhos apócrifos, livros de autoria discutível e/ou desconhecida. E boa parte deles são assim classificados por causa de Jesus, não o da Bíblia, mas o Histórico. Jesus Histórico é e sempre será objeto de discussão visto que os documentos que falam dele são todos religiosos. Não há nenhum outra fonte senão autores religiosos. A única citação religiosa não-cristã, do historiador judeu Flavio Josefo, é questionada visto a suspeita de adulteração precisamente na passagem que falas dos cristãos primevos. Os romanos e sua mania de relatar por escrito os fatos sociais e econômicos mais relevantes não deixaram nenhum registro sobre o Jesus Histórico.Os evangelhos apócrifos são, no mínimo, curiosos:

- Evangelho de Maria Madalena (você acham que o Brown teve trabalho em criar a história? Heheheh…)

- Evangelho da Infância de Jesus

- Evangelho da morte e assunção de Maria

- Evangelho da Descida de Cristo aos infernos

- Evangelho de Enoque

- Evangelho da Vida de Adão e Eva

- Evangelho de Judas

A negação da veracidade dos apócrifos, a confusão dos textos bíblicos canônicos (oficiais), o vácuo de historicidade cristã, abriu espaço para que diversas teorias aparecessem para preencher as lacunas. Muitas delas são simples teorias da conspiração que só sobrevivem graças a credulidade das pessoas.Até que os concílios o que era o cristianismo, sua liturgia e sua estrutura, e que os primeiros filósofos explicassem de maneira satisfatória as incoerências internas de sua crença, passaram-se diversos séculos permitindo reinterpretações dos ensinamentos de Jesus Cristo, sua história e práticas não muito ortodoxas. Um exemplo disso são os Cátaros que viveram no norte da Europa durante o século XIII e que por pensarem um pouquinho diferente do que pregava o pessoal Vaticano tiveram a honra de ter uma Cruzada exclusiva, só que contra eles. Foram aniquilados.  

Neste ambiente de intolerância cristã, desejos políticos do Vaticano, heresias, cresceu ainda mais as oportunidades para que novas interpretações ocorressem apesar da repressão da Inquisição. Data desta época, as primeiras referências lendárias da ordem dos Templários, a origem dos rosacrucianos, Santo Graal, entre outras. Os Illuminati, os gnósticos, sábios de Sião, são criações posteriores mas que possuem a mesma origem conspiratória paranóica.

Aí caímos na linhagem Merovíngia e sua descendência de Jesus Cristo. Jesus Cristo fugiu com Madalena, ou pelo menos seus filhos, para uma região ao norte do que é hoje a França. Daí é um sarapatel de miúdos de bode de dar de cabeça e de estômago, visto que os Templários afirmam descender dos Merovíngios, os Maçons afirmam descender dos Templários e dos Merovíngios, e dizem as más línguas até o George W. Bush é um membro direto da linhagem Merovíngia.

Existe uma coisa que é textos familiares afirmando sua genealogia. Outra coisa é confrontar esta genealogia. Dada a precariedade em opções de contestar estas genealogias, alguns afirmam ser de uma linha anterior a Cristo e supõem-se, mais pura, como é o caso de alguns textos Merovíngios afirmarem serem descendentes diretos de Noé. Quem está falando a verdade? Um picolé de pistache pra quem souber a resposta.

Saibam, que vendo as passagens dos evangelhos quando Jesus é preso, numa versão os fariseus aparecem e noutra são os romanos (quem prendeu Jesus, afinal?), lendo os apócrifos ou lendo as versões gnósticas (templários, maçons, etc), é bem capaz que você fique confuso. Se ficar, isto é sinal de sanidade mas não de conforto espiritual. A maioria dos textos canônicos, apócrifos e/ou gnósticos, datam do século III em diante, e são em grande parte traduções de traduções (traduttori, tradittori). É assunto de grande complexidade avaliá-los sobre uma ótica imparcial. Afirmar que Galileu não foi o primeiro a inventar o telescópio é uma coisa; outra coisa bem diferente é levantar fatos históricos sobre assuntos religiosos. Talvez as pessoas não tenham tanto interesse em história, afinal, pois ela pode nos dar lições doloridas.

Um exemplo desta História dolorida, principalmente para os leitores cristãos de Dan Brown, é a prelazia (a única na igreja católica com este status) Opus Dei tão discutida ultimamente. Seus métodos de controle de seus membros e suas práticas são no mínimo discutíveis e pende sobre ela uma lista enorme de mortes e violações de direitos humanos dentro das paredes da organização. Aparentemente, houve uma distinção do falecido papa João Paulo II em canonizar o seu amigo pessoal Josemaria Escrivá, fundador da Opus Dei, num dos processos de canonização mais rápidos que o Vaticano viu. É claro que não podemos esquecer que muitas pessoas que adentraram na organização realmente querem fazer trabalhos de caridade.

Então fica a pergunta para os católicos: até onde eles estão a fim de ir na história de sua religião?”